Friday, January 26, 2007

AS SURPRESAS DA AMÉRICA LATINA

Para quem não conhece e não acompanha, a América Latina traz sempre "surpresas". O que acontece na Venezuela, na Bolívia, no Equador pega desprevenida a direita, que detesta a América Latina e que revela particular ignorância sobre o tema.


Passada a histeria antichavista – depois de terem sido pautados a semana inteira por Hugo Chávez –, a ressaca leva ao reconhecimento de que "algo de importante mudou na América Latina". Não sabem o quê, como não entenderam por que Lula ganhou as eleições do ano passado e por que Cuba e a Venezuela são os dois únicos países do continente que, conforme a Unesco, terminaram com o analfabetismo.
Como é impossível pensar a América Latina sem a colonização e a escravidão que o capitalismo nos impôs – e portanto, sem pensar o capitalismo – e, atualmente, sem incluir o imperialismo estadunidense, a direita não consegue pensar a América Latina. Como não consegue pensar o nosso continente, tenta descaracterizá-lo: não haveria uma América Latina, como se as distâncias entre o Equador e o Haiti, o México e a Argentina, a Guatemala e o Brasil, fossem maiores das que existem entre a Bélgica e a Itália, Portugal e a Alemanha, a Espanha e a Grécia.
Como querem entender a América Latina e o mundo se desconhecem o fenômeno mais abrangente e determinante do nosso tempo – o imperialismo -, não conseguem captar a atualidade do nacionalismo e sua dimensão integradora no continente. Como não querem resistir ao neoliberalismo, ao contrário dos povos do continente, que reiteradamente têm votado contra os candidatos que pregam esse modelo – tal qual no Brasil –, não entendem o papel do Estado como regulador da economia, como garantia de direitos sociais, como afirmador da soberania, como instrumento da integração latino-americana.
\nAconteceram, então, duas reuniões na semana passada no Rio: a que realmente houve e a que foi noticiada pela imprensa oligárquica. Assim como também há duas América Latinas: a real, a de Hugo Chávez, de Evo Morales, de Fidel, de Kirchner, de Lula, de Tabaré Vazquez, de Rafael Correa, de Daniel Ortega e dos povos que os elegeram e reelegeram; e a outra, a da direita, com a grande mídia incluída. Logo podem viver novas surpresas, com o Paraguai. \nÉ um continente que não se deixa aprisionar pelos esquemas liberais e eurocentristas, que se rebela, que constrói e reconstrói suas alternativas de novas maneiras, aprendendo das experiências passadas e refazendo sua história presente. Promovendo as surpresas que fazem da América Latina a nova toupeira do século 21. \n \nAgência Carta Maior
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CARNAVAL E LUTA DE CLASSES...

Este ano, em meio aos desfiles das Escolas de Samba, entre enredos falando da Amazonia, da Agua, do Roberto Marinho...etc...etc...chamo atenção para o enredo da Escola de Samba Tom Maior, do primeiro grupo de São Paulo. O tema? A luta dos trabalhadores contra a opressão do capital. Ou em linguagem mais direta, a tão conhecida e vilipendiada (pela direita e pela burguesia) luta de classes.
Saudações Socialistas!!!!

SINOPSE DO ENREDO 2007

Vamos adentrar em uma grande máquina e por ela sermos tragados.
Devorados, usados até o limite.
Absorvidos pro completo, de forma paralisante, pelas engrenagens do progresso.
Uma máquina construída pela opressão de um sistema em transformação, fruto da cobiça, da ganância e da exploração humana, onde a palavra capital é o que importa.
Um universo capitalista que reduz o homem a um componente mecânico, como um mero robô.
Conseqüencia direta da implantação de uma linha de montagem e de uma busca sistemática do aperfeiçoamento, visando unicamente a produção.
Um ritmo alienador, estressante e incessante.
A máquina faz do homem uma máquina!
São engrenagens que escravizam!
Em tempos modernos é a Revolução Industrial que tem, como suporte, o esforço e o sacrifício de uma enorme massa oprimida
A origem da escravidão humana perde-se no tempo e se acha ainda oculta pela poeira dos séculos, que envolvem a própria história do homem sobre a terra, Não se sabe qual a etnia do primeiro escravo, se branco ou negro, se asiático ou europeu; o que se sabe é que eram máquinas humanas que viviam para trabalhar e trabalhavam para se manter vivos...e que agora passam a responder pelo nome de trabalhadores ou proletariado!
A passagem da escravidão para o trabalho assalariado não significoui a garantia de direitos e nem a inclusão na nova sociedade.. Trabalham-se quatorze, quinze horas , a altas temperaturas, em um ambiente hostil e insalubre, onde nem ao menos é permitido beber água. Exploram-se mulheres e crianças. O lema é não perder tempo!
..."Quando se retira da tarefa o trabalhador volta exausto a uma miserável casa, onde encontra a família a míngua. Não pode nem trocar a roupa na qual suou todo dia, porque não a possui. Lazer, instrução, felicidade, isto é algo que não tem forças para sonhar"
Para o trabalhador, viver é não morrer. E basta!
É o sentimento da sociedade industrial, cruel e devoradora de vidas, que gerou o "homo industrialis", da cidade industrial. Uma alegoria deste novo mundo governado pela máquina. O trabalho não era sequer regulamentado e a sensação de impotência que a maioria oprimida sentia, diante dos mecanismos impessoais do sitema capitalista-industrial, aproximou os trabalhadores e os uniu.
O sofrimento comum irmanou os trabalhadores e as iras individuais se fundiram em revoltas coletivas.
Nasce o movimento operário, com um ideal que se espalhou por todo o mundo. Uma luta universal, por melhores condições de trabalho e segurança; uma eterna busca pelo pão, pela dignidade, pela limitação constante das jornadas de trabalho, pela instrução , pela felicidade, pelo direito à vida, em uma marcha pacifíca porém reprimida com violência e sangue.
Massacre impiedoso e infame de que foram vítimas os trabalhadores.
Quantas vidas sucumbiram nesta luta!
Quantos heróis foram perseguidos e mortos!
...E, como que por encanto, surgem outros heróis, resgatam os ideais de luta e empunham a banderia da igualdade, como um contínuo renascer.
O trabalhador em todos os momentos da história nunca se curvou à exploração e à opressão. Em todos os tempos houve quem erguesse a cabeça e lutasse contra o sistema.
Mãos trabalhadoras que constróem o mundo tem o direito e o poder de transformar em realidade o sonho de uma sociedade livre, justa democrática e fraterna.
Iluminados por idéias socialistas, anarquistas, positivistas...por pensamentos de libertação e de igualdade entre as classes, os trabalhadores unidos saem às ruas, como um grande exército, na luta pelos direitos da humanidade e escolhem uma data, Primeiro de Maio, da que marca a luta pela redução da jornada de trabalho e homenageia todos aqueles companheiros mortos pelo mesmo ideal.
Sindicatos livres foram criados peara agregar, organizar, fazer valer a voz dos trabalhadores. Porém, particularmente no Brasil, o jogo de interesses sufoca os trabalhadores por leis que não são cumpridas, em imposições governamentais, em atitudes mascaradas, em golpes políticos.
...Chegaram os anos de chumbo. Articulações à insatisfação se manifestam. Movimentos contra a carestia e o custo de vida, pela anistia e em defesa das liberdades democráticas dão ao trabalhador um novo impulso.
Neste sentido a força dos trabalhadores do complexo industrial automobilístico do ABC teve grande importância, construíram espaços de luta, conquistaram legitimidade. se rebelaram e mostraram que o sindicato tem que ser independente do Estado, livre, pois é a voz do trabalhador

"Companheiros e companheiras:

- Vamos dizer não ao analfabetismo
- Não ao trabalho infantil
- Não a fome
- Não a precarização do trabalho
- Vamos democratizar o Brasil
- Nós podemos, somos muitos, eles não!

Os trabalhadores ocuparam um importante espaço social e renovaram a luta para democratizar as relações do trabalho, contra todo tipo de discriminação racial, igualdade no tratamento e na remuneração entre homens e mulheres.
Uma representação efetiva e participativa nas questões nacionais e que tem na campanha contra o "entreguismo", pelo monopólio estatal do petróleo, a maior prova que o trabalhador unido e organizado é capaz de triunfar!
Vale a pena lutar e ela está longe de terminar.

Companheiro, a luta continua!

Marco Aurélio Ruffinn

Carnavalesco

SAMBA ENREDO 2007
AUTORIA - MARADONA - DIDI - TURKO E DIEGO POESIA.

Numa era industrial
A ambição gerou ganância e cobiça
Máquinas devoram o trabalhador
Uma escravidão...Onde o capital é o que importa
Se o tempo é dinheiro a ganhar
A vida é só trabalhar
Prá sobreviver, não basta!
Surgem movimentos pelo mundo
irmanados por um ideal
Pra nossa dignidade
Primeiro de maio, conquista universal

Quero ter o meu direito, chega de exploração
com licença, eu vou a luta
(BIS)
Faço greve, vou pra rua
Digo não a opressão

Está em nossas mãos
Transformar o sonho em realidade
Acreditar num mundo com mais igualdade
Sindicatos livres no país
A força do "ABC, nossa raíz
Quero salário justo e um melhor viver
Pro crescimento da nossa Nação, educação
Acorda Brasil... A nossa gente vale ouro
O "Trabalho" é nosso tesouro
Orgulho dessa Pátria Mãe Gentil

Sou TOM MAIOR amor... (Meu amor)
Razão do meu viver....
(REFRÃO)
Alô companheiro de luta e de fé
A nossa união vem do Sumaré

Wednesday, January 24, 2007

O HOMEM QUE PEITOU A MICROSOFT

EnEntrevista: Sérgio Amadeu
O Homem que peitou a Microsoft
Sociólogo, petista, fã do Pink Floyd e presidente do ITI, responsável pela formulação de políticas públicas de Tecnologias da Informação, Sérgio Amadeu peitou a Microsoft ao comparar sua política comercial com tráfico de drogas
POR LEANDRO WOJAK FOTOS DE MAURO MARIN
Com a missão de ajudar o governo federal a implantar o software livre, o presidente do ITI foi interpelado judicialmente pela Microsoft ao comparar o método de negócios da empresa com o modo de ação de traficantes. Ex-comunista, fã de Pink Floyd e Chico Buarque, Sérgio Amadeu da Silveira é o diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, órgão vinculado à Casa Civil da Presidência. Divorciado, 43 anos, ele tem uma filha de 16, é filiado ao PT e já militou no MR-8.
Sociólogo formado pela USP, sua tese de mestrado aborda o controle do Estado sobre a Internet. Foi professor da Faculdade Cásper Líbero e é autor de um livro sobre inclusão digital. Entre 2001 e 2003, implantou e coordenou o governo eletrônico da prefeitura de São Paulo. Antes de participar de uma palestra sobre software livre na Cidade Universitária, em São Paulo, Amadeu conversou com a Geek sobre pingüins, rock ’n’ roll, inclusão social e direito autoral, entre outros temas.
Geek - Depois daquele pedido de explicações na Justiça, o senhor acabou virando uma espécie de inimigo número 1 da Microsoft?
Amadeu - Não (enfático). Aquele episódio mostra que uma empresa erra. Uma empresa gigantesca, mundial, tentou, me parece, fazer uma ação de intimidação que gerou um resultado adverso. Agora eles mudaram a tática. Mas eu não me importo. O software livre é uma proposta que independe de governo e de grandes empresas.
Geek - Sua crítica foi quanto ao modelo de negócios da Microsoft?
Amadeu - A maior crítica é que eles não nos deixam trabalhar. Não tenho nada contra a empresa, eles deveriam continuar fazendo o trabalho deles. Agora, o governo fez uma opção que é clara, pela diversidade, pela possibilidade de ter mais empresas nessa área, de usar software livre. Eles são a única empresa grande que enfrenta essa opção. Enfrenta politicamente. A empresa era um monopólio absoluto até há pouco tempo, mas essa situação não vai perdurar, ela vai acabar um dia.
Geek - Qual foi sua reação às manifestações de apoio contra o pedido de explicações da Microsoft?
Amadeu - A comunidade fez um trabalho que está acostumada a fazer para desenvolver software, que é agir em rede, compartilhadamente. Recebi sugestões de defesa jurídica de gente dos EUA, da Europa. A comunidade foi fundamental para que a Microsoft caísse na real. Eles perceberam que tinham cometido um erro. Eles não devem levar muito a sério a estratégia deles de medo, incerteza e dúvida. Porque não é todo mundo que tem medo, não é todo mundo que tem incerteza, não é todo mundo que tem dúvida. Uma das coisas mais chatas que existem é quando o poder quer se perpetuar no poder, o monopólio quer se perpetuar monopólio.

Geek - A Microsoft realmente opera com métodos de traficante?
Amadeu - Deixa eu contextualizar o que aconteceu. Estava explicando para a jornalista da CartaCapital a tese do aprisionamento, que é uma tese de economia da informação. O tráfico é um bom exemplo para explicar como se aprisiona as coisas, mas dentro dessa idéia de como funciona a economia da informação. É claro que fica mais fácil alguém dizer que é uma tática de traficante, mas você precisa ver que eu estou discutindo um contexto específico. Já quando veio o processo, a intimidação e a agressão foram tão grandes que eu achei que não devia dar nenhuma explicação. Geek - Pensando em seu passado político, é possível estabelecer alguma ligação entre o software livre e a idéia socialista?
Amadeu - Não, o software livre tem mais a ver com a idéia de liberdade. Interessante essa pergunta porque o software livre tem os princípios de colaboração, de compartilhamento, mas a força dele é a liberdade de alterar, de mudar, que está mais na chave liberal do que na chave socialista. Na sociedade da informação, podemos notar que existe uma possibilidade de compartilhar com liberdade, juntando questões como liberdade e solidariedade.
Geek - De onde veio o contato com o software livre?
Amadeu - Durante o mestrado investiguei se a Internet realmente desorganizava os controles estatais. Vários teóricos, como Nicholas Negroponte, diziam que agora o mundo era de liberdade total, mas eu concluí que quem controla a infra-estrutura da Internet pode controlar a rede. Foi aí que tive contato com as idéias da Free Software Foundation. Antes disso, nunca tinha\n usado o software livre.
Geek - Como foi usar o software livre na implantação dos telecentros em São Paulo? Amadeu - Quando a gente foi tentar fazer essa rede, o pessoal espalhou o medo, a incerteza e a dúvida, dizendo que seria uma crise, que as pessoas não saberiam usar, que não teria como dar suporte. Todos os mitos foram quebrados. Diziam que o novo usuário não saberia abrir o disquete na casa da tia e que o arquivo da escola não abriria no computador do telecentro. Todos esses mitos foram destruídos pela prática. Quem freqüentava o telecentro aprendia as funcionalidades do software. Aprendia que um editor de texto tem um “salvar o documento”. Se o “salvar” está no ícone da direita ou da esquerda, não importa. "
Geek - Foi definida alguma norma que obrigue o governo federal a usar software livre? Vai existir algo\n nesse sentido?
Amadeu - Não há nenhuma norma dizendo que é preciso implementar, mas há um decreto do presidente dizendo que existe um grupo de trabalho para implantar. Nossa estratégia é implementar o software livre sem ficar preso a nenhuma empresa ou solução específica.
Geek - Qual tem sido a maior dificuldade?
Amadeu - A grande dificuldade é cultural, não é técnica. É o que chamo de aprisionamento em soluções proprietárias. A reserva de mercado que existia para software proprietário era pesada no governo federal. O maior problema é mudar a cultura de desenvolvimento e uso.
Geek - Como vai ser o processo de migração do governo federal?
Amadeu - Os principais órgãos já aderiram à política de software livre. O\n processo de migração vai acontecer em três etapas. Primeiro, libertando as estações de trabalho, ou seja, os computadores que serão colocados nas escolas vão ser entregues com software livre da solução proprietária. Você coloca software livre nas máquinas. Se um Ministério vai comprar, ele não precisa comprar licença. O segundo passo é definir que os novos desenvolvimentos sejam feitos preferencialmente em software livre, o que nem sempre é possível, porque existe um legado, uma herança. Muitas vezes você tem de renovar ou criar uma solução em um universo proprietário. Por fim, migrar os sistemas estruturados que impeçam esses dois passos.
Geek - Como serão as licitações quando todo o governo tiver migrado?
Amadeu - Vai ser muito parecido com o que existe hoje, com uma vantagem enorme para o país e o governo, que vai receber o código-fonte e uma licença com quatro\n liberdades e uma restrição. O governo vai poder usar o programa para qualquer fim, estudá-lo completamente, alterá-lo e redistribuí-lo. A restrição é que toda e qualquer alteração não poderá suprimir as liberdades anteriores. Com o código-fonte, você fica independente de qualquer fornecedor. As licitações serão multiplataforma, com licença GPL, e o governo terá a documentação do código-fonte das soluções que compra.",1]
o programa do Imposto de Renda pode ter código aberto?
Amadeu - Eu acho que não há problema algum. Por que haveria? Se é código aberto, durante o período em que ele não é muito utilizado, uma comunidade pode fazer o debugging [analisar e corrigir erros de um programa] desse sistema, porque, quando você faz um sistema em código aberto, ele tem que ser um sistema robusto. Não é só o cracker que vai saber das falhas.
Geek - Como fica a questão do direito autoral em tempos de software livre?
Amadeu - O software livre enfrenta os piratas. Porque piratas são eles, os que estão à procura do ouro. Na verdade, o software livre deveria ser de domínio público, mas não é. Software livre só existe porque há o direito autoral. A gente defende o direito autoral, só que como um copyright invertido. O software livre se baseia no copyleft, no deixar copiar, que é o hackeamento do copyright. Tudo que o copyright proíbe, o copyleft autoriza. Tudo que o copyright autoriza, o copyleft proíbe.
Geek - O governo americano se manifestou de alguma forma em relação à opção brasileira pelo software livre?
Amadeu - O Brasil é contra a patente do software. Essa é uma questão muito cara à diplomacia brasileira, e nós deixamos claro aos\n americanos que um algoritmo não pode ser alvo de patente. Patente é um bem industrializável, reprodutível em escala e não uma solução de um conjunto de rotinas lógicas. Por isso, eu acho que as principais batalhas do século XXI serão em torno da propriedade das idéias. Num encontro em Genebra, eu disse que o Brasil quer ter o mesmo direito que os Estados Unidos de usar o software livre. Nos EUA, são empregadas soluções livres nos servidores da Casa Branca, no FBI, na Nasa, no MIT. E o representante americano disse que não tinha nenhuma crítica quanto a isso, que era um direito brasileiro.",1]
Geek - Há algum caso em que o governo teria ficado preso a uma solução proprietária?Amadeu - Existe um programa de emissão de chaves criptográficas no ITI, do qual nós não temos o código-fonte. Assim, temos muita dúvida se o sistema faz o que ele diz fazer, porque eu não tenho como\n auditar. Além do mais, a empresa que desenvolveu o sistema faliu. Assim, o ITI está criando uma nova solução em parceria com a Marinha, o ITA, a Universidade Federal de Santa Catarina, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Abin (a agência brasileira de inteligência).
Geek - O governo planeja fazer alguma distribuição Linux?
Amadeu - Nossa idéia não é essa, porque seria bastante complicado. Nós não optamos por apenas uma distribuição, usamos as mais aceitas pelos técnicos. Nossos aplicativos rodam em qualquer distribuição.
ENTENDA O CASO MICROSOFTEntrevistado para a reportagem “O Pingüim avança”, publicada em março pela revista CartaCapital, Sérgio Amadeu afirmou que a\n Microsoft adota a “prática de traficante” ao oferecer a governos softwares grátis para a inclusão digital. Ele também afirmou que a empresa utiliza “a estratégia do medo, da incerteza e da dúvida”. Em resposta, a Microsoft foi à Justiça cobrar explicações de Amadeu, que deveria se manifestar em 48 horas. O pedido qualificava de “absurdas e delituosas” as declarações do presidente do ITI, e corresponderiam a “delito de difamação”. Segundo o diretor de Assuntos Jurídicos e Corporativos da Microsoft, Rinaldo Zangirolami, não se tratava de processo ou “retaliação”.Como conseqüência do pedido de explicações, Amadeu recebeu diversas manifestações de apoio de personalidade ligadas à comunidade do software livre, entre elas, um abaixo-assinado on-line que, em apenas três semanas, reuniu mais de 10 mil assinaturas. ",1]
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deste País sofre pessoalmente a ação daqueles interessados em manter um modelo hegemônico, venho, após ouvir meus advogados e procuradores federais, dizer que a provocação judicial movida contra minha pessoa é, por si só, tão inusitada e descabida que não merece resposta.”A Microsoft acabou desistindo de dar prosseguimento ao caso. Um dia após o término do tempo para a formalização de um processo contra Amadeu, a empresa divulgou nota oficial afirmando ter um “comprometimento de longo prazo com o País”. Ainda de acordo com a nota, a Microsoft afirma estar instalada há mais de 14 anos em terras tupiniquins, mantém 45 mil empregos, paga R$ 1 bilhão em impostos e “sabe que o Brasil tem liberdade para escolher a\n melhor tecnologia para as suas necessidades”.
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O prazo estabelecido pela Justiça Federal para Amadeu se manifestar acabou dia 15 de junho, sem que o presidente do ITI se pronunciasse oficialmente. Ele se limitou a divulgar uma nota oficial afirmando que “em atenção às demandas da imprensa nacional e internacional, que se solidariza com o governo brasileiro nesse momento sem precedentes na história, em que o dirigente de uma importante instituição pública deste País sofre pessoalmente a ação daqueles interessados em manter um modelo hegemônico, venho, após ouvir meus advogados e procuradores federais, dizer que a provocação judicial movida contra minha pessoa é, por si só, tão inusitada e descabida que não merece resposta.”A Microsoft acabou desistindo de dar prosseguimento ao caso. Um dia após o término do tempo para a formalização de um processo contra Amadeu, a empresa divulgou nota oficial afirmando ter um “comprometimento de longo prazo com o País”. Ainda de acordo com a nota, a Microsoft afirma estar instalada há mais de 14 anos em terras tupiniquins, mantém 45 mil empregos, paga R$ 1 bilhão em impostos e “sabe que o Brasil tem liberdade para escolher a melhor tecnologia para as suas necessidades”.

Thursday, January 11, 2007

EVO MORALES - PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 2007

EVO MORALES – PRÊMIO NOBEL DA PAZ 2007

No dia 6 de dezembro de 2006, o Prêmio Nobel da Paz Adofo Perez Esquive apresentou a candidatura do Presidente da Bolívia, Evo Moraes, como candidato ao Prêmio Nobe da Paz de 2007.

As razóes e os fundamentos que fazem de Evo Moraes merecedor do Prêmio Nobe da Paz 2007 sáo as seguintes:

Bolívia, da América Latina e do mundo
- O respeito à diversidade cultural.
- A defesa dos recursos naturais.
- Seu exemplo de honestidade, trabalho, sacrificio e austeridade.
- A defesa da soberania e da auto-determinaçáo dos povos.
- Seu trabalho a favor dos mais despossuídos.
- Sua luta permanente pela justiça social.
- Sua permanente pregaçáo em favor da vida em harmonia com a
natureza.
- Seu trabalho a favor de governar com a participaçáo e o protago-
- Sua luta incaudicável pela dignidade dos povos originários da Bolívia, da América Latina e do mundo.

- O respeito à diversidade cultural.

- A defesa dos recursos naturais.

- Seu exemplo de honestidade, trabalho, sacrificio e austeridade.

- A defesa da soberania e da auto-determinaçáo dos povos.

- Seu trabalho a favor dos mais despossuídos.

- Sua luta permanente pela justiça social.

- Sua permanente pregaçáo em favor da vida em harmonia com a
natureza.

- Seu trabalho a favor de governar com a participaçáo e o protagonismo dos movimentos sociais.
- O cuidado do meio ambiente e da ecologia.
- Sua tarefa constante pela integraçáo dos povos latinoamericanos e caribenhos e o respeito, a paz e a convivência entre as naçóes.
- O respeito ás ancestrais normas indígenas de “Ama sua, ama lluclla, ama quella”, que significa “Náo robes, náo mintas, náo sejas preguiçoso”.




Todos os que desejem aderir à campanha para que o Prêmio Nobel da Paz de 2007 seja entregue a Evo Moraes, devem enviar a este blog seu nome, profissáo, cidade, estado e país onde vive. No caso da adesáo de organizaçóes, deveráo mandar o nome da organizaçáo, cidade, estado e país onde atua.

www.agenciacartamaior.com.br


INSTRUÇÕES FINAIS. IR NO SITE ACIMA. ENTRAR NO BLOG DO EMIR SADER. IR ATÉ O POST SOBRE O NOBEL PARA EVO MORALES. DEIXAR COMENTÁRIO ADERINDO A PROPOSITURA

BOLÍVIA DEVE ENTRAR NO MERCOSUL

Com apoio do Brasil, Bolívia deve entrar no Mercosul em janeiro

Fonte: Folha On Line

A Bolívia irá solicitar aos países do Mercosul a entrada do país no bloco econômico, o que deve realmente acontecer até janeiro. O presidente Evo Morales deverá oficializar o pedido até amanhã, quando enviará uma carta aos seus colegas da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Na avaliação do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), o Brasil\n começa agora uma fase de diálogo com a Bolívia, que em maio anunciou a nacionalização dos recursos naturais do país, o que prejudicou os investimentos de empresas como a Petrobras naquele país.'Estamos começando uma nova fase baseada no diálogo. Queremos resolver tudo por meio do diálogo. O diálogo é o oposto do unilateral', disse.De acordo com Amorim, a expectativa é que no dia 18 de janeiro a Bolívia já esteja integrada ao bloco ---a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul começa no dia seguinte, no Rio de Janeiro. Ele ressaltou que as negociações com a Bolívia devem incluir um tratamento diferenciado, já que o país pertence à Comunidade Andina das Nações (que conta também com a Colômbia, Equador e Peru) e não quer perder seus privilégios. Na avaliação do ministro brasileiro, a entrada de mais um país no Mercosul abre oportunidades de investimento por empresas brasileiras, mas que a integração não deve ser vista apenas positiva\n comercialmente.'Para nós é muito importante contribuir para estabilidade, para o bem-estar da Bolívia. Não é apenas solidariedade, é também por interesse brasileiro. A Bolívia é a maior fronteira com o Brasil e fornecedora de um recurso importante para nós.' Neste ano, o Mercosul aprovou o Focem (Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento do Mercosul), que é um fundo voltado para ajudar na integração entre os países membros do bloco econômico. Os países mais pobres serão os que mais receberão recursos desse fundo.O chanceler boliviano, David Choquehuanca, defende que a integração possa permitir a solução de assimetrias entre os países. 'Espero dar boas notícias para ajudar na integração de nossos povos. Um novo modelo de integração que nos permita superar a nossa assimetria. Uma assimetria não somente comercial, e sim integração dos povos que nos permita superar a pobreza', disse Choquehuanca.Rio Madeira",1]
Na avaliação do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), o Brasil começa agora uma fase de diálogo com a Bolívia, que em maio anunciou a nacionalização dos recursos naturais do país, o que prejudicou os investimentos de empresas como a Petrobras naquele país.'Estamos começando uma nova fase baseada no diálogo. Queremos resolver tudo por meio do diálogo. O diálogo é o oposto do unilateral', disse.De acordo com Amorim, a expectativa é que no dia 18 de janeiro a Bolívia já esteja integrada ao bloco ---a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul começa no dia seguinte, no Rio de Janeiro. Ele ressaltou que as negociações com a Bolívia devem incluir um tratamento diferenciado, já que o país pertence à Comunidade Andina das Nações (que conta também com a Colômbia, Equador e Peru) e não quer perder seus privilégios. Na avaliação do ministro brasileiro, a entrada de mais um país no Mercosul abre oportunidades de investimento por empresas brasileiras, mas que a integração não deve ser vista apenas positiva comercialmente.'Para nós é muito importante contribuir para estabilidade, para o bem-estar da Bolívia. Não é apenas solidariedade, é também por interesse brasileiro. A Bolívia é a maior fronteira com o Brasil e fornecedora de um recurso importante para nós.' Neste ano, o Mercosul aprovou o Focem (Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento do Mercosul), que é um fundo voltado para ajudar na integração entre os países membros do bloco econômico. Os países mais pobres serão os que mais receberão recursos desse fundo.O chanceler boliviano, David Choquehuanca, defende que a integração possa permitir a solução de assimetrias entre os países. 'Espero dar boas notícias para ajudar na integração de nossos povos. Um novo modelo de integração que nos permita superar a nossa assimetria. Uma assimetria não somente comercial, e sim integração dos povos que nos permita superar a pobreza', disse Choquehuanca.Rio Madeira
Uma\n comitiva de ministros bolivianos está hoje em Brasília. Eles conversaram com seus colegas brasileiros sobre temas como energia (refinarias e biodiesel), meio ambiente (rio Madeira) e agricultura.Sobre o rio Madeira, local onde o governo irá construir duas hidrelétricas, os dois países decidiram retomar um grupo de trabalho para tratar das questões ambientais. A primeira reunião irá acontecer até o dia 15 de janeiro.'O Brasil tomará todos os cuidados para evitar qualquer tipo de dano ao meio ambiente e qualquer tipo de ação que prejudique o futuro aproveitamento do rio Madeira', disse Amorim.Choquehuanca disse que o meio ambiente é uma questão determinante para o governo boliviano.
Uma comitiva de ministros bolivianos está hoje em Brasília. Eles conversaram com seus colegas brasileiros sobre temas como energia (refinarias e biodiesel), meio ambiente (rio Madeira) e agricultura.Sobre o rio Madeira, local onde o governo irá construir duas hidrelétricas, os dois países decidiram retomar um grupo de trabalho para tratar das questões ambientais. A primeira reunião irá acontecer até o dia 15 de janeiro.'O Brasil tomará todos os cuidados para evitar qualquer tipo de dano ao meio ambiente e qualquer tipo de ação que prejudique o futuro aproveitamento do rio Madeira', disse Amorim.Choquehuanca disse que o meio ambiente é uma questão determinante para o governo boliviano.
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PERSPECTIVAS HISTÓRICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA AMÉRICA LATINA

08/01/2007

Perspectivas Históricas sobre o Desenvolvimento da América Latina
Por Noam Chomsky
No final de semana dos dias 9 e 10 de dezembro, houve um encontro, em Cochabamba, Bolívia, dos maiores líderes sul-americanos. Foi um encontro muito importante. Um indício da sua importância é que não foi noticiado. Excluindo a distribuição eletrônica [pelas agências] de notícias, virtualmente não foi noticiado. Mas todo editor ficou sabendo.
Os líderes sul-americanos concordaram em criar uma comissão de alto nível para estudar a idéia de formar uma comunidade continental similar à União Européia. Eram os presidentes e os enviados das principais nações, e havia a cúpula de dois dias do que foi chamado de Comunidade Sul-Americana de Nações, hospedada por Evo Morales, o presidente da Bolívia, em Cochabamba. Os líderes concordaram em formar um grupo de estudo para tratar da possibilidade de criar uma união continental e mesmo um parlamento sul-americano. O resultado, segundo o relatório da AP [Associated Press], deixou o febril presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um velho agitador da região, com um papel maior no palco mundial, contente, mas impaciente. O relatório continua dizendo que a discussão sobre a unidade sul-americana continuaria no final deste mês [dezembro de 2006], quando o Mercosul, o bloco comercial sul-americano, tem seu encontro regular, e incluirá líderes do Brasil, Argentina, Venezuela, Paraguai e Uruguai.
Há um ponto de hostilidade na América do Sul. É entre Peru e Venezuela. Mas o artigo aponta que Chávez e o presidente peruano Alan Garcia aproveitaram a cúpula para fazer as pazes, após terem trocado insultos no começo do ano [de 2006]. Esse era o único conflito real na América do Sul no momento. E parece ter se apaziguado.
O novo presidente do Equador, Rafael Correa, propôs uma rota comercial terrestre e fluvial ligando a Floresta Amazônica brasileira à costa do Pacífico equatoriana, sugerindo que, para a América do Sul, essa pode ser algo como uma alternativa ao Canal do Panamá.
Chávez e Morales celebraram um novo projeto conjunto, a usina de processamento de gás na região rica em gás da Bolívia. É uma parceria da PDVSA (Petroleos de Venezuela SA, pronuncia-se "pedevesa"), a empresa petrolífera venezuelana, com a empresa estatal de energia da Bolívia. E a coisa vai adiante. A Venezuela é o único membro latino-americano da Opep, e tem, como grande diferença, as maiores reservas de petróleo comprovadas fora do Oriente Médio. Segundo algumas medições, elas seriam comparáveis às da Arábia Saudita.
Também houve contribuições construtivas e interessantes de Lula da Silva, o presidente do Brasil, de Michelle Bachelet, do Chile, e outras. Tudo isso é extremamente importante.
É a primeira vez, desde as conquistas espanholas, 500 anos atrás, que tem havido movimentos reais em direção à integração na América do Sul. Os países permaneceram muito separados uns dos outros. E integração está vindo a ser um pré-requisito para a independência autêntica. Tem havido tentativas de independência, mas elas têm sido esmagadas, freqüentemente muito violentamente, em parte por causa da falta de apoio regional. Por haver pouca cooperação regional, eles podem ser combatidos um a um.
É o que tem ocorrido desde os anos sessenta. A administração Kennedy orquestrou um golpe no Brasil. Foi o primeiro de uma série de dominós que caíram. Estados de segurança nacional ao estilo neonazi se espalharam pelo hemisfério. O Chile foi um deles. Então houve as guerras terroristas de Reagan nos anos oitenta, as quais devastaram a América Central e o Caribe. Foi a pior praga de repressão na história da América Latina desde as conquistas originais.
Mas a integração põe a base para a independência potencial, e isso é de importância extrema. A história colonial da América Latina não apenas dividiu os países uns dos outros, ela também deixou uma divisão interna aguda no interior dos países, de cada um, entre uma pequena elite muito rica e uma enorme massa de pessoas empobrecidas. A correlação racial é muito próxima. Tipicamente, a elite rica era branca, européia, ocidentalizada; e a massa pobre da população era nativa, indígena, negra, misturada, e assim por diante. Era uma correlação próxima, e continua no presente.
As elites brancas, na maioria de brancos – que dirigia os países – não era muito integrada, tinha poucas relações com os outros países da região. Elas estavam orientadas ao ocidente. Pode-se ver isso de todas as maneiras. Era para onde seu capital era exportado. Era onde estavam seus lares secundários, onde os filhos iam à universidade, onde estavam as conexões culturais. E elas tinham quase nenhuma responsabilidade pelas próprias sociedades. Assim, há uma divisão muito aguda.
Pode-se ver o padrão nas importações. Importam-se sobretudo artigos de luxo. O desenvolvimento enquanto tal era na maior parte estrangeiro. A América Latina estava muito mais aberta ao investimento estrangeiro do que, digamos, o Leste Asiático. É parte da razão para seus caminhos de desenvolvimento radicalmente diferentes nas últimas duas décadas.
E, é claro, os elementos da elite eram fortemente simpáticos aos programas neoliberais dos últimos 25 anos, os quais os enriqueceram – destruíram seus países, mas os enriqueceram. A América Latina, mais do que qualquer outra região no mundo, à exceção do sul da África, aderiu rigorosamente ao assim chamado Consenso de Washington, o que levou aos programas neoliberais, fora dos Estados Unidos, nos últimos 25 ou 30 anos. E onde eles foram rigorosamente aplicados, quase sem exceção, eles levaram ao desastre. Uma correlação muito marcante. Redução aguda das taxas de crescimento e de outros índices macroeconômicos, com todos os efeitos sociais que acompanham.
De fato, a comparação com o Leste Asiático é muito marcante. A América Latina é, potencialmente, uma área muito mais rica. Quer dizer, um século atrás, era dado como certo que o Brasil seria o que era chamado de "Colosso do Sul", comparável ao Colosso do Norte. O Haiti, hoje um dos países mais pobres do mundo, era a colônia mais rica do mundo, uma fonte de muito da riqueza da França, hoje devastado, primeiro pela França, depois pelos Estados Unidos. E a Venezuela – riqueza enorme – foi tomada pelos Estados Unidos por volta de 1920, logo no início da era do petróleo. Ela foi uma colônia inglesa, mas Woodrow Wilson escorraçou os ingleses de lá, reconhecendo que o controle do petróleo viria a ser importante, e apoiou um ditador cruel. A coisa vai assim daquele momento até o presente, mais ou menos. Assim, os recursos e o potencial sempre estiveram presentes. Muita riqueza. Em contraste, o Leste Asiático praticamente não tem recursos, mas eles seguiram um caminho de desenvolvimento diferente. Na América Latina, as importações eram artigos de luxo para os ricos. No Leste Asiático eram bens de capital para o desenvolvimento. Eles tinham programas de desenvolvimento coordenados pelo Estado. Eles praticamente não deram atenção ao Consenso de Washington. Controles de capital, controles sobre a exportação de capital, sociedades bastante igualitárias – autoritárias, às vezes bastante duras – com programas educacionais, programas de saúde, e assim por diante. De fato, eles seguiram boa parte dos caminhos do desenvolvimento das sociedades ricas do presente, as quais eram radicalmente diferentes das regras que estão sendo impostas ao Sul.
E assim foi na história. Você volta ao século 17, quando os centros comercial e industrial do mundo eram a China e a Índia. A expectativa de vida no Japão era maior do que na Europa. A Europa era uma espécie de posto avançado bárbaro, mas tinha vantagens, principalmente em selvageria. Ela conquistou o mundo, impôs algo como as regras neoliberais sobre as regiões conquistadas, e, para si mesma, adotou um protecionismo muito alto, bastante intervenção estatal, e assim por diante. Assim a Europa desenvolveu-se.
Os Estados Unidos, como um caso típico, tinha as taxas de importação mais altas do mundo, foi o país mais protecionista do mundo no período do seu grande desenvolvimento. De fato, em um período tão tardio quanto 1950, quando os Estados Unidos tinham literalmente a metade da riqueza do mundo, suas taxas de importação eram mais altas do que as dos países da América Latina hoje, aos quais se ordena que as reduzam.
Intervenção massiva do Estado na economia. Os economistas não falam muito sobre isto, mas a economia corrente nos Estados Unidos apóia-se muito fortemente no setor estatal. É de onde você consegue seus computadores, a internet, seu tráfego aéreo, a estrutura rodoviária, navios de containeres e assim por diante, quase tudo vem do setor estatal, incluindo fármacos, técnicas gerenciais, e assim por diante. Não desenvolverei o tópico, mas há uma forte correlação através da história. Tais são os métodos de desenvolvimento.
Os métodos neoliberais criaram o terceiro mundo, e, nos últimos 30 anos, eles levaram a desastres na América Latina e no sul da África, os locais que aderiram mais rigorosamente a eles. Mas houve crescimento e desenvolvimento no Leste Asiático, região que não os seguiu, seguindo, ao invés, o modelo dos próprios países ricos atuais.
Bem, há uma chance que isso comece a mudar. Finalmente há esforços dentro da América do Sul – infelizmente não na América Central, a qual foi muito devastada pelo terror dos anos 1980s, particularmente. Mas na América do Sul encontramos, da Venezuela à Argentina, o lugar mais interessante do mundo. Após 500 anos, há um começo de esforço para superar tais enormes problemas. A integração que está tendo lugar é um exemplo.
Há esforços da população indígena. Em alguns países, pela primeira vez em séculos a população indígena está realmente começando a ter um papel muito ativo nos seus próprios assuntos. Na Bolívia eles conseguiram assumir o país, controlar seus recursos. Isso também está levando a uma democratização significativa, a uma democracia real, na qual a população participa. Assim, eles assumiram para si mesmos uma Bolívia – é o país mais pobre da América do Sul (o Haiti é o mais pobre do hemisfério). Houve uma eleição democrática real no ano passado, de um tipo que você não pode imaginar nos Estados Unidos, ou na Europa, no que diz respeito. Houve participação popular massiva, e as pessoas souberam quais eram as questões. As questões eram claras e muito importantes. E as pessoas não participaram apenas no dia da eleição. Eram coisas pelas quais elas estavam lutando por anos. De fato, Cochabamba é um símbolo disso.
" Transcrição de uma palestra perante o Boston Meeting of Mass Global Action (http://japanfocus.org/products/details/2298), em 15 de dezembro de 2006, publicado em Chomsky.info (http://www.chomsky.info/talks/20061215)
"" Tradução de César Schirmer dos Santos
""" Publicado na Agência Carta Maior (www.agenciacartamaior.com.br)

LINK PARA O DISCURSO DE POSSE DE CHAVES NA VENEZUELA

pode ser visto o discurso de posse de Hugo Chávez a partir do site:

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=44598


o caminho do socialismo de venezuela

A "SANTIDADE" DE MADRE TEREZA DE CALCUTÁ

Neste excelente texto de Fernando Silva, vemos como a mídia fabrica os seus santos...e também os seus demônios.


A “Santidade” de Madre Teresa de Calcutá
por Fernando Silva
Madre Teresa de Calcutá é considerada uma santa. Assim a opinião pública decidiu — e daí para a frente sua santidade não foi mais questionada, fizesse ela o que fizesse. Pelo contrário, suas ações passaram a ser julgadas com base em sua reputação e não o contrário. Até o Vaticano, que via suas esquisitices com reservas, devido a seu tradicionalismo e oposição às mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II, aceitou o “fato” e passou a capitalizar sobre sua imagem.
O papa João Paulo II abriu o processo de sua beatificação a partir de um “milagre” ocorrido na Índia pouco tempo após sua morte, sem esperar os 7 anos regulamentares. A mídia americana evita criticá-la, por medo de serem acusados de conspiração com os judeus.
Mas a verdade, que as pessoas preferem não saber, é que ela era uma fanática religiosa, de extrema direita, e o melhor que podemos supor a seu respeito é que ela acreditava no que fazia — mas também acreditava que os fins justificam os meios.
A imagem que ficou dela é muito positiva. Talvez inspire favoravelmente as pessoas. Talvez as leve a lutar para fazer deste mundo um lugar melhor, a ser como elas pensam que foi Madre Teresa. Mas a verdadeira Madre Teresa não foi necessariamente uma santa. Assim como grande parte dos santos da Igreja Católica, sua fama provelmente se baseia mais em mitos que em realidade.
Madre Teresa nasceu na Albânia e seu verdadeiro nome era Agnes Bojaxhiu. Sua organização, as Missionárias da Caridade, tem 4.000 freiras e 40.000 voluntários leigos. Sua fama começou com um filme sobre sua vida (e mais tarde um livro, “Something Beautiful for God”) feito pelo político inglês Malcolm Muggeridge em 1969. Malcolm era extremamente crédulo e se encantou com ela, a ponto de ver milagres ocorrendo durante as filmagens, como uma “aura” que apareceu no filme, na verdade o resultado do uso durante o dia de uma película mais apropriada para filmagens noturnas. Mas ele não quis saber de explicações técnicas…
O inglês Christopher Hitchens preparou um documentário sobre suas atividades, com farto material filmado, transmitido pela BBC, e publicou um livro em 1995, “The Missionary Position: Mother Teresa In Theory And Practice”, onde chega à conclusão de que ela apoiava os ricos e poderosos e tudo lhes perdoava, enquanto pregava obediência e resignação aos pobres. Seu trabalho provocou muitas reações de repúdio. Seus críticos citaram abundantemente os Evangelhos e o acusaram de crueldade com uma mulher idosa, santa e humilde — mas em nenhum momento contestaram os fatos apresentados.
O livro cita, por exemplo:
Sua abjeta bajulação a todas as ditaduras sangrentas do mundo, principalmente as direitistas, como a de Franco, na Espanha, os Duvalier, no Haiti, Enver Hoxha, na Albânia e os esquadrões da morte na Nicarágua e Guatemala. Há registros em filme de suas visitas a esses países e do modo servil como posava ao lado de seus ditadores (ou levava flores para seus túmulos).
O modo como aceitava dinheiro e favores de ladrões e corruptos. Um dos casos mais famosos é o de Charles Keatings, do Lincoln Savings and Loan, da Califórnia. Charles era um católico fundamentalista. Foi condenado a 10 anos de prisão por roubar em torno de 252.000.000,00 dólares de 17.000 fundos de aposentadoria de gente humilde. Mas deu a ela mas de um milhão de dólares e lhe emprestava com frequência seu avião particular. Em troca, ele fazia uso de seu prestígio como “santa”.
Quando a fraude — e os donativos — foram descobertos, ela enviou ao juiz (Lance Ito, o mesmo do caso O. J. Simpson) uma carta no estilo “freirinha ingênua”, bem diferente de seus outros escritos, em que pintava o acusado como um homem bom que sempre ajudara os pobres. Pedia ao juiz que olhasse no fundo de seu coração antes de emitir seu julgamento e se perguntasse o que Jesus faria naquele caso. O promotor, Paul W. Turley, respondeu-lhe explicando que o dinheiro que ela tinha recebido era produto de roubo e deveria ser devolvido, já que representava as economias de toda a vida de milhares de pessoas humildes. E perguntava a ela o que Jesus faria se recebesse um dinheiro como aquele. Não teve resposta.
Quando a Irlanda organizou um referendo popular para decidir a continuidade ou não da proibição ao divórcio, Madre Teresa voou até lá e fez veementes discursos exortando o povo a votar a favor da proibição. Entretanto, quando sua amiga, a princesa Diana, se divorciou, ela declarou publicamente: “Foi melhor assim. Ela não era feliz nesse casamento”. Fica a dúvida se, neste caso, ela falou com o coração ou se, para os poderosos, tudo é permitido. Quando a fábrica da Union Carbide explodiu em Bhopal, matando milhares de pessoas, ela saiu pelo país dizendo: “Perdoem, perdoem, perdoem”. Tudo bem se perdoar a negligência de uma multinacional. Mas, aparentemente, não há perdão para uma pobre mãe que se divorcia do marido bêbado que a espanca e abusa dos filhos.
Ela sempre foi radicalmente contra todo e qualquer controle da natalidade. Quando lhe perguntaram se não nasciam crianças demais na Índia, ela respondeu: “Não concordo. Deus sempre provê. Provê para flores e os pássaros, para tudo o que ele criou. E as criancinhas são sua vida. Nunca nascerá o bastante”. É de se perguntar qual a função das Missionárias da Caridade, neste caso.
As pessoas enviavam a ela milhões e milhões de dólares em donativos para que ela construísse seus hospitais. Apenas numa conta nos EUA, havia mais de 50 milhões de dólares. O resto estava espalhado pelo mundo (menos na Índia, onde ela teria que prestar conta pelo que recebia). Entretanto, esse dinheiro era usado para construir novos conventos da ordem pelo mundo. Quando ela morreu, as irmães já estavam instaladas em 150 países. Seus hospitais eram, na verdade, galpões rústicos e mal equipados onde as pessoas iam para morrer. Não havia médicos nem higiene e os “diagnósticos” eram feitos por leigos, como as irmãs e os voluntários. E não havia interesse em se encaminhar os doentes para hospitais de verdade. A idéia era a de que se deitassem nas macas ou no chão e sofressem até morrer. Em todos eles havia um quadro na parede que dizia: “Hoje eu vou para o Céu”. Faltava morfina, anestésicos e antibióticos. Apesar dos milhões nos bancos, que permitiriam a contrução de hospitais-modelo, a economia era a palavra de ordem. As injeções, quando havia o que injetar, eram feitas com agulhas lavadas na torneira e que eram usadas até ficarem rombudas e provocarem enorme sofrimento nos doentes. Penalizadas, as voluntárias pediam dinheiro para comprar agulhas novas mas as irmãs insistiam na virtude da pobreza. E quando uma irmã ficava doente? “Reze”, era a resposta.
Aliás, Madre Teresa dava grande importância ao sofrimento. Dizia que o sofrimento dos pobres purificava o mundo e que eles davam um belo exemplo (e, naturalmente, não fazia nada para reduzí-lo). Será que alguém perguntou a opinião dos pobres? Note-se, contudo, que quando ela própria ficava doente, corria a internar-se nos melhores e mais caros hospitais, jamais em suas “Casas de Moribundos”.
Para sermos honestos, Madre Teresa nunca afirmou que seu objetivo era dar assistência médica. São as pessoas que se auto-iludem. Assim, elas têm a quem enviar seus donativos, sem perguntar o que é feito deles, e podem aliviar sua própria consciência e seu sentimento de culpa pela pobreza do Terceiro Mundo. É claro que Madre Teresa nunca fez nada para desmentir esta falsa impressão.
Madre Teresa dizia que a AIDS era o castigo de Deus por um comportamento sexual inadequado (o que não explica por que esposas fiéis também pegam AIDS de seus maridos e crianças pegam de suas mães).
Apesar de toda sua fortuna, Madre Teresa insistia em manter a imagem de uma ordem de irmãs pobres e mendicantes. Tudo tinha que ser mendigado a cada dia: comida, roupas, serviços. Se a coleta fosse pequena, comia-se menos. Em certa ocasião, as irmãs receberam um grande carregamento de tomates e, para que não se estragassem, fizeram extrato. Foram severamente repreendidas por Madre Teresa: “Quem guarda comida de um dia para o outro, está duvidando da Providência Divina”.
Ela procurava manter uma imagem pública de pessoa humilde — mas não via nada de mais em aceitar as ofertas para viajar de primeira classe que as linhas aéreas lhe faziam. E foi assim que ela viajou a Roma para o seu primeiro encontro com o papa. Ao desembarcar, vestiu seu humilde sari e tomou um ônibus. É claro que, no dia seguinte, todos os jornais a retrataram como a freirinha humilde que andava de ônibus e se vestia pobremente, sem se perguntar como é que ela teria conseguido viajar até a Itália.
Agora o Vaticano quer beatificá-la às pressas, sem esperar que se passem os 7 anos regulamentares de sua morte para iniciar o processo. E o milagre que foi aceito como evidência de sua santidade é, no mínimo, supeito: Monica Besra, 30 anos, analfabeta, da aldeia de Dangram, a noroeste de Calcutá, em 1998, um ano após a morte de Madre Teresa, se disse curada de um tumor no ovário após tocá-lo com uma medalha da “santa”.
Os médicos do hospital Balurghat afirmam que a cura foi resultado do tratamento a que ela foi submetida e nem seu marido, Seiku Murmu, acredita nela. Em agosto de 2001 o “milagre” foi informado ao Vaticano e aceito duas semanas depois, tendo início o processo de beatificação. A irmã Betta, das Missionárias da Caridade, pediu para ver o prontuário da paciente, onde sonografias e relatórios mostravam a evolução do tratamento, e agora se recusa a devolvê-lo ou a fazer comentários.
Autor: Fernando SilvaFontes: Christopher Hitchens - “The Missionary Position: Mother Teresa In Theory And Practice” e notícias diversas na Internet
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OS PODEROSOS E SUAS DÍVIDAS

Creio que poderíamos cobrar do governo mais objetividade. E ele cobrar as
dívidas de quem realmente deve ao Estado, como é o caso, por exemplo, dos
bancos Itaú, Bradesco e Unibanco, entre outros, que devem ao INSS a vultosa
quantia de R$ 75.243.027.795,00! Porque senão estas acabarão sendo cobradas
de quem mais precisa e menos tem...
Lula precisa ter coragem para isso! Por que estas empresas, mais de 2.500, não pagam o que devem? Enquanto isso, continuamos a pagar os juros absurdos que estes bancos nos cobram. Para mim essa é uma das falhas no Governo Lula. São muitas empresas de grande porte que nos devem: Unibanco, Volkswagen do Brasil, Cedae, Touring Club do Brasil, Santander/Banespa, Vale do Rio Doce, Bradesco etc. Em 2000, soube-se que nove membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo FHC eram diretores ou presidentes de empresas cujas dívidas no INSS chegavam a R$ 1,3 bilhão. E soube-se que o ministro Furlan, que era titular do Ministério do Desenvolvimento, deixou a presidência da Sadia para assumir a pasta no momento e que a empresa devia ao INSS R$ 71.833.000,00. Aí está a questão, se algumas medidas não mudarem, não mudaremos nosso perfil, não resgataremos a confiança do povo nos "homens do Governo e da política", a economia não crescerá, e continuaremos a pagar a famigerada dívida contraída pela ditadura!!!
Veja a seguir alguns nomes dos membros do Conselho ligados à Presidência da República que devem ao INSS e as empresas as quais são vinculados:
Roger Agnelli, da Vale do Rio Doce (afirmou em reportagem à Revista Exame, de 16.10.2006, que a Vale não teria sucesso se não fosse privatizada. Diz que a Vale aplicou US$ 16,5 bilhões em novos investimentos, que nos últimos quatro anos a empresa foi responsável por 16 projetos grandiosos nas áreas de mineração de ferro, alumínio e cobre, entre outros). Apenas uma pergunta: saldou seu débito com a Previdência???
Roberto Egydui Setúbal, do Banco Itaú (bem, sabemos todos que o Itaú é o banco mais lucrativo, portanto, por que ainda não saldou sua dívida???)
Fernando Xavier Ferreira, presidente da Telesp e do Grupo Telefônica (apresentou sua renúncia em novembro. Vai sair da presidência da empresa agora em janeiro. Ele assumiu a presidência da Telefônica em 1998, logo após o grupo espanhol comprar em leilão a Telesp. Agora, depois de quase 9 anos de sucesso no comando do gupo, ele vai se dedicar a projetos pessoais!!!)
Fábio Colleti Barbosa, da ABN/Bank-Real. Apesar das especulações no mercado internacional de uma possível venda do ABN Amro Holding, o maior banco da Holanda, para o Bank of América Corp., a subsidiária brasileira do banco holandês, o ABN Amro Real, tem registrado desempenho considerado positivo pela matriz. A carteira total de crédito do banco, em torno de R$ 10,22 bilhões, deve avançar entre 20 e 25%, sendo puxada, principalmente, pelo crédito imobiliário (30%), sendo que nas operações estruturadas esse incremento pode passar de 50%. O banco tem quase 60% de sua base de crédito voltada a pequenas e médias empresas. Em almoço na sede do banco, na avenida paulista, Fabio Colleti Barbosa, presidente da instituição no Brasil, disse que está satisfeito com a gestão do governo Luiz Inácio Lula da Silva na área econômica e afirma que, no segundo mandato, Lula não deve surpreender no quesito reformas estruturais.
José Cutrale, da Sucocítrico Cutrale, morreu no dia 29 de dezembro 2004 em Araraquara, aos 78 anos de idade. Ele era o dono da Sucocítrico Cutrale, a maior exportadora de suco de laranja do Brasil, instalada em Araraquara desde a década de 1960. Chamado de o "Rei da Laranja", ele comandou o grupo, que detém cerca de 20% do mercado mundial e cerca de 35% do brasieliro de suco concentrado. Hoje é seu filho José Luis que toca o negócio do pai (e não têm dinheiro para pagar as dívidas???
Alain Belda, da Alcoa. Em 23 de setembro de 2005 a Alcoa comunicou a Lula investimentos de US$ 1,6 bi no Brasil. (Será por isso que não é cobrado?)
E eles estão por aí, curtindo seu calote!!!>

O MAIS IMPORTANTE É NÃO FICAR CALADO

O MAIS IMPORTANTE É NÃO FICAR CALADO>>Marcel Frison>>Membro do Diretório Nacional>>O debate público sobre as questões internas do PT é uma realidade com a >qual>convivemos há, pelo menos, dez anos. Uma realidade inaugurada por um setor>do partido que se tornou minoritário, em 1993, após a divisão da antiga>Articulação e a conformação de uma maioria de esquerda no Oitavo Encontro>Nacional do PT.>>Este setor "lutou" intensamente, utilizando-se de espaços gentilmente>cedidos pela mídia para impor de fora para dentro suas posições ao conjunto>do partido. Assim fizeram até retomarem, em 1995, o controle sobre a >direção>partidária.>>Isto alimentou por anos (e ainda alimenta) jornalistas "especialistas" nas>mazelas internas do PT. Por óbvio houve a reação daqueles que, como afirma >o>atual Secretário Nacional de Finanças e Planejamento, companheiro Paulo>Ferreira, sempre foram críticos "em levar as disputas internas para a>mídia". Hoje, é, no mínimo, uma atitude cínica, questionar as intervenções>públicas destes setores.>>Contudo, a rigor, o debate público sobre as nossas diferenças não é o>principal "mal" que assola o partido, o pior é a desinformação, a condução>paralela, a confusão entre opinião pessoal e deliberação partidária e as>pérfidas "plantações" de notícias sem a identificação da fonte.>>Não fosse a manifestação do companheiro Valter Pomar , Secretário de>Relações Internacionais do PT, em relação à volta do Presidente Berzoini, o>ato de Brasília passaria para o conjunto da base social do partido e para a>sociedade brasileira como uma atividade partidária, definida nas nossas>instâncias, e não como ato de um setor ou de um conjunto de militantes.>>Aliás, a presença de dirigentes políticos de outros partidos, como >glorifica>Ferreira em sua resposta ao Pomar, teria acontecido se soubessem estes, que>tal ato não tinha a aquiescência das instâncias partidárias? Duvido muito.>>O que fere a democracia partidária não são as críticas públicas de um>dirigente em relação a outro sobre uma determinada ação política. O que>destrói nossa democracia é a constante tentativa de transformar ações e>opiniões unilaterais em coisas do conjunto do partido.>>Ainda assim, o ato em si não é o pior. O pior é tentar soterrar um erro>político gravíssimo agarrando-se no resultado de um inquérito policial.>Inquérito este que, contraditoriamente, está sendo questionado, pois>incrimina o companheiro Mercadante.>>O fato é que a tragédia que nos acometeu, em meio as eleições de 2006,>somente aconteceu por que se instaurou no meio da campanha uma equipe para>tratar de assuntos de "inteligência", inicialmente sem o conhecimento e>durante todo o tempo sem o controle da maioria da Coordenação e do>candidato. Mas com o conhecimento do, então Presidente, companheiro>Berzoini, como ele próprio afirmou publicamente. É nisto que reside a >quebra>de confiança elencada por Valter Pomar.>>Portanto, o assunto não se encerra com o desfecho do inquérito da Polícia>Federal, existindo muito a ser esclarecido e debatido no conjunto do >partido>sobre esta questão. Berzoini pode ser inocente, e certamente o é, em >relação>à compra do dossiê, porém, é absolutamente responsável politicamente por>isto ter acontecido e causado um enorme estrago na campanha para a>presidência e às nossas candidaturas estaduais.>>Berzoini acertou quando se licenciou e tem o direito estatutário de >retornar>à presidência do PT , porém, se joga numa condição de responsável, por um>lado, pela condução e mediação de um debate duríssimo que teremos pela>frente e, por outro, sendo identificado como um dos principais>protagonistas da crise que enfrentamos. Penso que, ao contrário do >Ferreira,>perde o Berzoini, perdem os petistas e, fundamentalmente, perde o PT nesta>decisão equivocada.>>É lamentável que os acontecimentos de 2005 e 2006 não tenham servido de>lição para alguns dos nossos companheiros. É lamentável, também, que>tenhamos sido levados a este debate quando temos tantas questões, talvez,>mais importantes para discutir e implementar.>>Concordo que, neste momento, nosso maior desafio é debater e produzir as>sínteses necessárias para armar o partido para enfrentar o próximo período,>construir a unidade e recuperar sua credibilidade perante parcelas>significativas do povo brasileiro.>>Mas se aprendi algo com a crise, é o fato de que, por mais insignificante>que seja o fato, o mais importante é não ficar calado.>

AUDITORIA PÚBLICA JÁ EM SERGIPE!!!!

Auditoria Pública já!
José Cristian Góes*

Nesses primeiros dias de governo a sociedade tomou conhecimento com uma informação aqui, outra acolá, do caos em que está mergulhado o Governo do Estado. Se estive num estádio de futebol e meu time fosse campeão, abriria uma faixa “eu já sabia”. E quem não sabia? Esta coluna, durante três anos e meio de Governo João Alves Filho (PFL), revelou impiedosamente a tragédia administrativa e política que era a terceira gestão do governador anterior. As mentes tacanhas, arcaicas e débeis deste Estado não aceitavam as críticas e agiram durante contra a coluna. Mas o caos estava à frente do nariz.
\nOs números, as informações, os dados de que Sergipe está mergulhado numa profunda crise administrativa, mas de essência ética, sempre foram concretos e oficiais. Os crimes estavam sempre à vista. Eram dos agentes do Estado. Quantas licitações divulgadas nesta coluna que não eram licitações, contratos, compras, esquemas de toda ordem. Sem fazer qualquer levantamento mais profundo e consistente, apenas a partir de diagnósticos iniciais o novo governador Marcelo Déda (PT) ficou escandalizado, imagine o que não estará debaixo do tapete que sequer\n foi levantado?\n\nA tragédia humana que é a saúde de Sergipe não é retórica. Saúde pública não existe na prática e o resultado disso são vidas humanas assassinadas pelo Estado. Faz 15 dias que um homem caiu de um coqueiro num município da região sul. Não conseguia se mexer. Trouxeram a Aracaju e ele passou quatro dias a espera de atendimento decente no Hospital João Alves Filho. No quarto dia morreu. E assim são dezenas e dezenas casos espalhados pelo Estado. Crianças, adultos e velhos sendo criminosamente eliminados por ausência de uma mínima política\n pública de saúde. A banalização da morte é tamanha que isso não choca mais ninguém, não é notícia e nem seria neste reinado.",1]
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Os números, as informações, os dados de que Sergipe está mergulhado numa profunda crise administrativa, mas de essência ética, sempre foram concretos e oficiais. Os crimes estavam sempre à vista. Eram dos agentes do Estado. Quantas licitações divulgadas nesta coluna que não eram licitações, contratos, compras, esquemas de toda ordem. Sem fazer qualquer levantamento mais profundo e consistente, apenas a partir de diagnósticos iniciais o novo governador Marcelo Déda (PT) ficou escandalizado, imagine o que não estará debaixo do tapete que sequer foi levantado?
A tragédia humana que é a saúde de Sergipe não é retórica. Saúde pública não existe na prática e o resultado disso são vidas humanas assassinadas pelo Estado. Faz 15 dias que um homem caiu de um coqueiro num município da região sul. Não conseguia se mexer. Trouxeram a Aracaju e ele passou quatro dias a espera de atendimento decente no Hospital João Alves Filho. No quarto dia morreu. E assim são dezenas e dezenas casos espalhados pelo Estado. Crianças, adultos e velhos sendo criminosamente eliminados por ausência de uma mínima política pública de saúde. A banalização da morte é tamanha que isso não choca mais ninguém, não é notícia e nem seria neste reinado.
\n\nNa educação o caos é altíssimo e de incalculável repercussão nas próximas gerações. O atuante Sintese, sindicato dos professores, prega como João Batista no deserto. As estruturas físicas das escolas estão trucidadas, não há planejamento, não há o mínimo projeto pedagógico, sequer o obrigatório Plano Estadual de Educação. O Governo gastou milhões e mais milhões com pacotes educacionais profundamente fracassados. Nos últimos dias estourou o escândalo da merenda escolar, o da carne fantasma de quase R$ 1 milhão. Num reinado um pouquinho\n sério, pelo menos meia dúzia de gestores públicos estaria na cadeia.\n\nOs fatos (e contra eles não há argumentos que se sustentem) que comprovam o caos em Sergipe são quase intermináveis e atingem praticamente todos os setores, secretarias, empresas e órgãos públicos. As estruturas viciadas de poder precisam ser quebradas e neste sentido se faz necessária uma rigorosa auditoria nas contas e projetos públicos com vistas à responsabilização de seus agentes. Não dá para ficar com uma informação aqui e outra acolá, com uma pouse de indignação preparada para foto, com declarações que minimizam o real “estado da\n arte”. Além de reconhecer que o quadro é gravíssimo, tem que agir na qualificação dos dados. ",1]
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Na educação o caos é altíssimo e de incalculável repercussão nas próximas gerações. O atuante Sintese, sindicato dos professores, prega como João Batista no deserto. As estruturas físicas das escolas estão trucidadas, não há planejamento, não há o mínimo projeto pedagógico, sequer o obrigatório Plano Estadual de Educação. O Governo gastou milhões e mais milhões com pacotes educacionais profundamente fracassados. Nos últimos dias estourou o escândalo da merenda escolar, o da carne fantasma de quase R$ 1 milhão. Num reinado um pouquinho sério, pelo menos meia dúzia de gestores públicos estaria na cadeia.
Os fatos (e contra eles não há argumentos que se sustentem) que comprovam o caos em Sergipe são quase intermináveis e atingem praticamente todos os setores, secretarias, empresas e órgãos públicos. As estruturas viciadas de poder precisam ser quebradas e neste sentido se faz necessária uma rigorosa auditoria nas contas e projetos públicos com vistas à responsabilização de seus agentes. Não dá para ficar com uma informação aqui e outra acolá, com uma pouse de indignação preparada para foto, com declarações que minimizam o real “estado da arte”. Além de reconhecer que o quadro é gravíssimo, tem que agir na qualificação dos dados.
\n\nEstas constatações iniciais são voláteis, somem rapidamente da consciência, não formam uma opinião pública sólida. Combinado a isso junte uma poderosa ação de comunicação que nos últimos quatro anos, por exemplo, levou muita gente – até do atual governo – a acreditar que Sergipe tinha a melhor educação do mundo. Tenha paciência. Com todas as letras: é preciso instaurar uma auditoria geral no Estado imediatamente porque nos últimos quatro anos foram torrados mais de R$ 15 bilhões de recursos públicos e o resultado é um caos\n generalizado. Auditoria já! \n\nO contribuinte, o cidadão sergipano precisa saber o que foi feito com essa dinheirama e os (in)responsáveis devidamente penalizados a devolver os recursos públicos. Muitos agentes e gestores não resistem a um sopro de investigação e terão imensa dificuldade de justificar uma riqueza que acumularam. Realizar autoria é urgente, é uma ação histórica, é mudança, é não permitir que impunidade continue avassaladora neste reinado. Auditoria pública já!",1]
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Estas constatações iniciais são voláteis, somem rapidamente da consciência, não formam uma opinião pública sólida. Combinado a isso junte uma poderosa ação de comunicação que nos últimos quatro anos, por exemplo, levou muita gente – até do atual governo – a acreditar que Sergipe tinha a melhor educação do mundo. Tenha paciência. Com todas as letras: é preciso instaurar uma auditoria geral no Estado imediatamente porque nos últimos quatro anos foram torrados mais de R$ 15 bilhões de recursos públicos e o resultado é um caos generalizado. Auditoria já!
O contribuinte, o cidadão sergipano precisa saber o que foi feito com essa dinheirama e os (in)responsáveis devidamente penalizados a devolver os recursos públicos. Muitos agentes e gestores não resistem a um sopro de investigação e terão imensa dificuldade de justificar uma riqueza que acumularam. Realizar autoria é urgente, é uma ação histórica, é mudança, é não permitir que impunidade continue avassaladora neste reinado. Auditoria pública já!
\n \n* é jornalista em Sergipe, presidente do Sindijor/SE e direção da AE/SE.__________________________________________________Fale com seus amigos de graça com o novo Yahoo! Messenger http://br.messenger.yahoo.com/ \n\n\n\n\n\n\n\n\n\n cancelar assinatura - página do grupo \n\n\n\n\n\n",0]
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* é jornalista em Sergipe, presidente do Sindijor/SE e direção da AE/SE.

DESAFIOS DO SEGUNDO MANDATO DE LULA NO CONTROLE DA AIDS

08/01/2007
Desafios do 2º. mandato de Lula no controle da epidemia de Aids
Por Fábio Mesquita
O Brasil construiu durante anos uma resposta sólida à epidemia de Aids, que é uma política de Estado e que teve seu momento inicial em 1984 quando o então Secretário de Saúde e médico sanitarista João Iunes ao lado do Dr Paulo Roberto Teixeira organizaram no Estado de São Paulo o primeiro programa de Aids no país, que recém registrava seus primeiros casos. Um ano após, sob o comando da incansável Dra Lair Guerra de Macedo Rodrigues, criou-se o Programa Nacional de Luta Contra a Aids que viria brindar o início da democratização do Brasil.
Com a anistia política voltaram ao Brasil quadros da esquerda brasileira, motivados pela luta pelos direitos humanos, que aqui se fazia. Entre estes vieram personalidades chaves na história da luta contra a Aids como Betinho (que militou na Abia – Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) e Herbert de Daniel que fundou o Grupo Pella Vida do Rio de Janeiro. Betinho comandou uma verdadeira cruzada na luta contra a Aids pautada em direitos humanos e Herbert Daniel cravou a idéia de luta contra a morte civil das vítimas da epidemia profundamente discriminadas na época. Em São Paulo, Paulo César Bonfim, um militante gay do Partido dos Trabalhadores fundou a primeira ONG do campo de Aids então, o GAPA São Paulo.
\nOs princípios que nortearam a resposta brasileira contra a Aids foram os do Sistema Único de Saúde e a defesa intransigente dos direitos humanos. Universalidade, integralidade, equidade, participação da sociedade civil foram levados ao pé da letra na história da luta brasileira contra a epidemia. Princípios nobres, defendidos pelo movimento da reforma sanitária, com ampla influência dos princípios socialistas. \n\nA luta contra a Aids historicamente puxada por estes princípios e com a participação aguerrida da esquerda brasileira, teve uma participação fundamental de alguns governos seriamente comprometidos, profissionais de saúde engajados, entidades da sociedade civil combativas e de amplos setores da sociedade brasileira envolvidos. \n\nRecentemente visitando junto a uma delegação da Indonésia ao Brasil ouvi em alguns dos lugares que visitei a impropriedade histórica de que o ex-ministro e, hoje, governador, José Serra, teria sido o fundador da resposta brasileira contra a epidemia de Aids, e que esta é uma bandeira do PSDB, ao passo que, segundo as mesmas fontes, o governo Lula estaria relegando essa questão ao segundo plano. Este mesmo argumento ressurgiu na campanha eleitoral. É preciso fazer justiça e dizer que Serra cumpriu um bom papel na luta contra a Aids enquanto foi Ministro da Saúde, no entanto, recentemente, Serra chegou a ser vaiado em um ato público sobre Aids pelos militantes dessa mesma luta pela sua omissão como Prefeito de São Paulo na questão da epidemia de Aids na Capital Paulista.\n\nEmbora a resposta contra a epidemia de Aids prescindiu no primeiro mandato do Presidente Lula de um "modo petista de governar" (parafraseando minha companheira Maria Aparecida Linhares em artigo sobre o SUS nesta mesma pagina), foi mantida em geral a política do Estado Brasileiro de Luta Contra a Aids.\n",1]
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Foi na cidade de Santos, no entanto, com a Prefeita Telma de Souza do PT e sob a direção do saudoso sanitarista Dr David Capistrano da Costa Filho, que empreendemos o primeiro programa municipal de controle de Aids no Brasil, sob a minha Coordenação. O Programa de Santos foi um dos mais ousados laboratórios do que seria a resposta brasileira de luta contra a epidemia.
Os princípios que nortearam a resposta brasileira contra a Aids foram os do Sistema Único de Saúde e a defesa intransigente dos direitos humanos. Universalidade, integralidade, equidade, participação da sociedade civil foram levados ao pé da letra na história da luta brasileira contra a epidemia. Princípios nobres, defendidos pelo movimento da reforma sanitária, com ampla influência dos princípios socialistas.
A luta contra a Aids historicamente puxada por estes princípios e com a participação aguerrida da esquerda brasileira, teve uma participação fundamental de alguns governos seriamente comprometidos, profissionais de saúde engajados, entidades da sociedade civil combativas e de amplos setores da sociedade brasileira envolvidos.
Recentemente visitando junto a uma delegação da Indonésia ao Brasil ouvi em alguns dos lugares que visitei a impropriedade histórica de que o ex-ministro e, hoje, governador, José Serra, teria sido o fundador da resposta brasileira contra a epidemia de Aids, e que esta é uma bandeira do PSDB, ao passo que, segundo as mesmas fontes, o governo Lula estaria relegando essa questão ao segundo plano. Este mesmo argumento ressurgiu na campanha eleitoral. É preciso fazer justiça e dizer que Serra cumpriu um bom papel na luta contra a Aids enquanto foi Ministro da Saúde, no entanto, recentemente, Serra chegou a ser vaiado em um ato público sobre Aids pelos militantes dessa mesma luta pela sua omissão como Prefeito de São Paulo na questão da epidemia de Aids na Capital Paulista.
Embora a resposta contra a epidemia de Aids prescindiu no primeiro mandato do Presidente Lula de um "modo petista de governar" (parafraseando minha companheira Maria Aparecida Linhares em artigo sobre o SUS nesta mesma pagina), foi mantida em geral a política do Estado Brasileiro de Luta Contra a Aids.
\nAo contrário do que tenho ouvido por parte de alguns ativistas no Brasil, o Partido dos Trabalhadores teve e tem experiência suficiente para conduzir programas vitoriosos como os de Santos, de São Paulo nos mandatos da Prefeita Luiza Erundina e depois da Prefeita Marta Suplicy, dos Governos do Estado do Rio Grande do Sul e da Cidade de Porto Alegre, dentre outros. Programas que foram pioneiros e ousados governaram com o SUS e com suporte dos Conselhos e Conferencias de Saúde e enfrentaram batalhas pelos direitos da população sob maior vulnerabilidade.\n\nGovernos petistas, como o de Santos, por exemplo, lançaram propostas inéditas no país como distribuição de seringas para controlar a epidemia entre usuários de drogas injetáveis. Santos foi ainda a primeira cidade do país a comprar AZT em 1991 para distribuição gratuita e depois a primeira cidade do Brasil a comprar o coquetel de medicamentos antiretrovirais já em 1995. O Prefeito David Capistrano sancionou ainda a primeira Lei do país aprovada na Câmara Municipal de Santos (Lei 1473/96) que garantia por Lei acesso universal aos medicamentos antiretrovirais, que foi de minha autoria quando Vereador em Santos, isso oito meses antes da Lei nacional de autoria do Senador José Sarney (Lei 9313/96). Tudo isto em governos sob a direção do Partido dos Trabalhadores e seus combativos aliados de esquerda. \n\nNão bastasse a atuação pioneira e arrojada de nossos governos, ainda tivemos e temos destacada ação na frente parlamentar. Foi a então Deputada Federal do PT Marta Su plicy a autora da Lei de União Civil Homossexual que segue no Congresso a ser votada, e que serviu de instrumento de lutas do movimento gay por todo país. Nosso então Deputado Federal Eduardo Jorge foi autor da Lei que autorizava o Governo do Brasil a quebrar patentes dos medicamentos de Aids para garantir a produção de medicamentos genéricos mais baratos e poder atender mais gente. O Deputado petista Roberto Gouveia foi porta voz desta proposta na última legislatura. A própria Lei dos Genéricos também foi de autoria de Eduardo Jorge, então do PT. A Deputada Iara Bernardes do PT foi a autora da Lei recentemente aprovada que pune homofobia no Brasil e até hoje temos a Coordenação da Frente Parlamentar de Luta \nContra a Aids do Congresso Nacional, liderada pela petista e pioneira na luta contra a Aids desde seu mandato de Prefeita em Santos, a Deputada Federal Telma de Souza.\n",1]
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Ao contrário do que tenho ouvido por parte de alguns ativistas no Brasil, o Partido dos Trabalhadores teve e tem experiência suficiente para conduzir programas vitoriosos como os de Santos, de São Paulo nos mandatos da Prefeita Luiza Erundina e depois da Prefeita Marta Suplicy, dos Governos do Estado do Rio Grande do Sul e da Cidade de Porto Alegre, dentre outros. Programas que foram pioneiros e ousados governaram com o SUS e com suporte dos Conselhos e Conferencias de Saúde e enfrentaram batalhas pelos direitos da população sob maior vulnerabilidade.
Governos petistas, como o de Santos, por exemplo, lançaram propostas inéditas no país como distribuição de seringas para controlar a epidemia entre usuários de drogas injetáveis. Santos foi ainda a primeira cidade do país a comprar AZT em 1991 para distribuição gratuita e depois a primeira cidade do Brasil a comprar o coquetel de medicamentos antiretrovirais já em 1995. O Prefeito David Capistrano sancionou ainda a primeira Lei do país aprovada na Câmara Municipal de Santos (Lei 1473/96) que garantia por Lei acesso universal aos medicamentos antiretrovirais, que foi de minha autoria quando Vereador em Santos, isso oito meses antes da Lei nacional de autoria do Senador José Sarney (Lei 9313/96). Tudo isto em governos sob a direção do Partido dos Trabalhadores e seus combativos aliados de esquerda.
Não bastasse a atuação pioneira e arrojada de nossos governos, ainda tivemos e temos destacada ação na frente parlamentar. Foi a então Deputada Federal do PT Marta Su plicy a autora da Lei de União Civil Homossexual que segue no Congresso a ser votada, e que serviu de instrumento de lutas do movimento gay por todo país. Nosso então Deputado Federal Eduardo Jorge foi autor da Lei que autorizava o Governo do Brasil a quebrar patentes dos medicamentos de Aids para garantir a produção de medicamentos genéricos mais baratos e poder atender mais gente. O Deputado petista Roberto Gouveia foi porta voz desta proposta na última legislatura. A própria Lei dos Genéricos também foi de autoria de Eduardo Jorge, então do PT. A Deputada Iara Bernardes do PT foi a autora da Lei recentemente aprovada que pune homofobia no Brasil e até hoje temos a Coordenação da Frente Parlamentar de Luta Contra a Aids do Congresso Nacional, liderada pela petista e pioneira na luta contra a Aids desde seu mandato de Prefeita em Santos, a Deputada Federal Telma de Souza.
\nComo se não bastasse Paulo Teixeira, então Deputado Estadual pelo PT de São Paulo foi o autor da primeira Lei no Brasil que autorizava a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo a distribuir seringas aos usuários de drogas injetáveis para controlar a epidemia de Aids. Sua Lei que ficou famosa em todo mundo, inspirou a Lei Nacional promulgada em 2002, mas só regulamentada pelo Ministro Humberto Costa no Governo Lula. O Deputado Estadual petista do Rio de Janeiro Carlos Minc e o de São Paulo Fausto Figueira são autores de leis que garantem, pela primeira vez, na América Latina, direitos aos usuários de drogas. Estas e outras iniciativas legislativas são em esmagadora maioria do Partido dos Trabalhadores e essenciais para apoiar a luta contra a epidemia de Aids no país, especialmente na questão dos direitos humanos e do acesso universal.\n\nO fato do Programa Nacional de Aids não estar aplicando "o modo petista de governar" deve ser provavelmente fruto das alianças políticas que tivemos que construir para governar no nosso primeiro mandato, sendo que o Ministério da Saúde teve pelo menos metade do tempo da gestão dirigida pelo PMDB. Ainda assim, analisando as três principais frentes de luta para o controle da epidemia de Aids (tratamento com antiretrovirais, prevenção e direitos humanos) o Brasil na essência não se desviou dos princípios do SUS e dos pilares da resposta brasileira, seguindo ainda em grande destaque na arena internacional. Há questões cruciais a repensar na luta contra a Aids no Brasil, e vamos tratá-las mais adiante, mas é preciso ponderar o que é.\n\nTenho lido bastante na imprensa brasileira alguns comentários impressionantes de ataques ao programa de Aids do Brasil colocando como contraponto supostamente exemplar países aqui da Ásia. Para as pessoas que fazem estas afirmações ao contrário do Brasil estes países Asiáticos teriam atingido seu ideal, seriam sua "meca". Estes comentários provêem de ativistas de outros partidos políticos, em sua maioria quadros políticos do Governo do PSDB de São Paulo, bem como de alguns ativistas de organizações não governamentais Algumas delas repercutidas com destaque de manchete pela própria imprensa oficial de nosso governo (no clipping diário emanado na Coordenação de Aids do Ministério da Saúde), sem que nenhuma defesa do Programa de Aids do Governo Lula seja esboçada. Algumas destas afirmações por exemplo colocam a Tailândia como grande exemplo a ser seguido por ter \nquebrado a patente de um medicamento há cerca de um mês (o antiretroviral Efavirenz que ainda é mundialmente protegido por patente). É sensacional que a Tailândia tenha quebrado esta patente, e sim o exemplo deste tópico pode e deve ser seguido pelo Governo Lula em seu segundo mandato para ajudar a viabilizar o Programa de Aids do Brasil, pois os medicamentos patenteados são os responsáveis por consumir a maior parcela dos recursos gastos com a epidemia no Brasil.\n",1]
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Como se não bastasse Paulo Teixeira, então Deputado Estadual pelo PT de São Paulo foi o autor da primeira Lei no Brasil que autorizava a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo a distribuir seringas aos usuários de drogas injetáveis para controlar a epidemia de Aids. Sua Lei que ficou famosa em todo mundo, inspirou a Lei Nacional promulgada em 2002, mas só regulamentada pelo Ministro Humberto Costa no Governo Lula. O Deputado Estadual petista do Rio de Janeiro Carlos Minc e o de São Paulo Fausto Figueira são autores de leis que garantem, pela primeira vez, na América Latina, direitos aos usuários de drogas. Estas e outras iniciativas legislativas são em esmagadora maioria do Partido dos Trabalhadores e essenciais para apoiar a luta contra a epidemia de Aids no país, especialmente na questão dos direitos humanos e do acesso universal.
O fato do Programa Nacional de Aids não estar aplicando "o modo petista de governar" deve ser provavelmente fruto das alianças políticas que tivemos que construir para governar no nosso primeiro mandato, sendo que o Ministério da Saúde teve pelo menos metade do tempo da gestão dirigida pelo PMDB. Ainda assim, analisando as três principais frentes de luta para o controle da epidemia de Aids (tratamento com antiretrovirais, prevenção e direitos humanos) o Brasil na essência não se desviou dos princípios do SUS e dos pilares da resposta brasileira, seguindo ainda em grande destaque na arena internacional. Há questões cruciais a repensar na luta contra a Aids no Brasil, e vamos tratá-las mais adiante, mas é preciso ponderar o que é.
Tenho lido bastante na imprensa brasileira alguns comentários impressionantes de ataques ao programa de Aids do Brasil colocando como contraponto supostamente exemplar países aqui da Ásia. Para as pessoas que fazem estas afirmações ao contrário do Brasil estes países Asiáticos teriam atingido seu ideal, seriam sua "meca". Estes comentários provêem de ativistas de outros partidos políticos, em sua maioria quadros políticos do Governo do PSDB de São Paulo, bem como de alguns ativistas de organizações não governamentais Algumas delas repercutidas com destaque de manchete pela própria imprensa oficial de nosso governo (no clipping diário emanado na Coordenação de Aids do Ministério da Saúde), sem que nenhuma defesa do Programa de Aids do Governo Lula seja esboçada. Algumas destas afirmações por exemplo colocam a Tailândia como grande exemplo a ser seguido por ter quebrado a patente de um medicamento há cerca de um mês (o antiretroviral Efavirenz que ainda é mundialmente protegido por patente). É sensacional que a Tailândia tenha quebrado esta patente, e sim o exemplo deste tópico pode e deve ser seguido pelo Governo Lula em seu segundo mandato para ajudar a viabilizar o Programa de Aids do Brasil, pois os medicamentos patenteados são os responsáveis por consumir a maior parcela dos recursos gastos com a epidemia no Brasil.
\nO debate, no entanto, tem sido colocado como se houvesse uma dicotomia entre o bem e o mal, como se o Governo do PSDB que "ameaçou" quebrar patentes quando Serra era ministro fosse o contraponto ao PT e o PMDB que não "querem" quebrar a patente. Ora, a Lei de patentes do Brasil só foi aprovada no Governo de Fernando Henrique Cardoso, que capitulou a pressão dos países ricos e aprovou uma Lei que fere os interesses nacionais, na medida em que submete a saúde da população brasileira aos interesses econômicos das grandes empresas farmacêuticas multinacionais. Só num clima entreguista e neoliberal seria possível ter se aprovado aquela Lei. Ainda assim a Lei deixa brecha para licenciamento compulsório em caso de necessidade ou emergência nacional, o que no caso de controlar a epidemia de Aids seria uma justificativa clara, mas o PSDB em seus oito anos de governo NUNCA fez um só \nlicenciamento compulsório. Portanto acho justa a aspiração do movimento social de que o Governo Lula venha a fazê-lo. Aliás, eu pessoalmente sou completamente favorável a isto, mas o argumento de que o Governo Lula não fez e que o governo anterior sim é que era legal, é falacioso. Se houve alguma iniciativa legislativa para quebrar patente de medicamentos de Aids no Brasil ela foi do PT, conforme já mencionei, através de iniciativa do então Deputado Federal petista Eduardo Jorge. Este projeto de Lei propõe quebrar as patentes de TODOS os medicamentos de Aids, projeto conduzido na última legislatura pelo Deputado do PT, Roberto Gouveia, sempre com apoio claro e cristalino da Frente Parlamentar de Luta Contra a Aids do Congresso Nacional dirigido pela petista Telma de Souza.\n\nVoltando a Tailândia e sua suposta postura exemplar é preciso ressaltar que esta é a única área em que podemos colocar este país asiático como exemplo. Neste país aqui vizinho da Indonésia onde eu moro e trabalho, apenas 60% das pessoas que teriam necessidade de medicação antiretroviral têm acesso a ela. Os 40% excluídos do tratamento apesar da necessidade, são usuários de drogas injetáveis, que alem de excluídos do tratamento são duramente perseguidos, não tendo sequer acesso a outras possibilidades de prevenir a doença, exceto em clínicas de tratamento compulsório.\n",1]
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O debate, no entanto, tem sido colocado como se houvesse uma dicotomia entre o bem e o mal, como se o Governo do PSDB que "ameaçou" quebrar patentes quando Serra era ministro fosse o contraponto ao PT e o PMDB que não "querem" quebrar a patente. Ora, a Lei de patentes do Brasil só foi aprovada no Governo de Fernando Henrique Cardoso, que capitulou a pressão dos países ricos e aprovou uma Lei que fere os interesses nacionais, na medida em que submete a saúde da população brasileira aos interesses econômicos das grandes empresas farmacêuticas multinacionais. Só num clima entreguista e neoliberal seria possível ter se aprovado aquela Lei. Ainda assim a Lei deixa brecha para licenciamento compulsório em caso de necessidade ou emergência nacional, o que no caso de controlar a epidemia de Aids seria uma justificativa clara, mas o PSDB em seus oito anos de governo NUNCA fez um só licenciamento compulsório. Portanto acho justa a aspiração do movimento social de que o Governo Lula venha a fazê-lo. Aliás, eu pessoalmente sou completamente favorável a isto, mas o argumento de que o Governo Lula não fez e que o governo anterior sim é que era legal, é falacioso. Se houve alguma iniciativa legislativa para quebrar patente de medicamentos de Aids no Brasil ela foi do PT, conforme já mencionei, através de iniciativa do então Deputado Federal petista Eduardo Jorge. Este projeto de Lei propõe quebrar as patentes de TODOS os medicamentos de Aids, projeto conduzido na última legislatura pelo Deputado do PT, Roberto Gouveia, sempre com apoio claro e cristalino da Frente Parlamentar de Luta Contra a Aids do Congresso Nacional dirigido pela petista Telma de Souza.
Voltando a Tailândia e sua suposta postura exemplar é preciso ressaltar que esta é a única área em que podemos colocar este país asiático como exemplo. Neste país aqui vizinho da Indonésia onde eu moro e trabalho, apenas 60% das pessoas que teriam necessidade de medicação antiretroviral têm acesso a ela. Os 40% excluídos do tratamento apesar da necessidade, são usuários de drogas injetáveis, que alem de excluídos do tratamento são duramente perseguidos, não tendo sequer acesso a outras possibilidades de prevenir a doença, exceto em clínicas de tratamento compulsório.
\nOutros ativistas colocam a Índia como exemplo. A Índia é hoje o maior produtor de antiretrovirais genéricos do mundo e tem uma indústria química fina que fornece o substrato para a produção da medicação em vários países do mundo, inclusive o Brasil. Ponto pra Índia, mas novamente só nisto. Somente 6% das pessoas que necessitam de medicação antiretroviral na Índia têm acesso a ela, ou seja, a Índia produz antiretroviral para exportação e não para seu próprio povo que está morrendo de Aids.\n\nEntão se é para fazer analises comparativas, vamos ser sérios na crítica e na comparação. Não dá pra sair por ai falando que estes países são exemplos a serem seguidos para alguma coisa além de ações pontuais de seus programas nacionais. \n\nHá problemas na luta contra a Aids do Governo Lula e eles precisam ser enfrentados no segundo mandato (logística de medicamentos, de insumos de laboratório e de prevenção, custo elevado dos medicamentos, dentre outros), mas o Brasil continua anos luz na liderança da resposta a epidemia de Aids nos países em desenvolvimento. Quem diz isto não é O Governo Lula (que aliás deveria dizer alto e em bom som mas parece um pouco envergonhado....), é o Programa de Aids das Nações Unidas (Unaids) que destaca o Brasil como modelo ainda no seu relatório de dezembro de 2006. \n\nClaro que é preciso que ninguém se omita neste momento importante da luta contra a Aids em nosso país, mas o PT como partido majoritário no Governo tem responsabilidade adicional nesta questão. Não podemos cair no canto da sereia de que nós não sabemos fazer e que o Governo do PSDB é que sabia. Devemos manter como norte o tripé que levou o Programa de Aids a ter sucesso até aqui: garantir acesso universal a tratamento e prevenção e trabalhar com o pano de fundo da luta pelos direitos humanos das populações vulneráveis. Por outro lado não podemos abrir mão do jeito petista de governar permitindo que pessoas sem compromisso político com o Governo Lula, com os princípios do PT, com o movimento popular de saúde do pais e com os ativistas da luta contra a Aids, gerenciem o Programa Nacional de Aids de forma descompromissada. \n",1]
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Outros ativistas colocam a Índia como exemplo. A Índia é hoje o maior produtor de antiretrovirais genéricos do mundo e tem uma indústria química fina que fornece o substrato para a produção da medicação em vários países do mundo, inclusive o Brasil. Ponto pra Índia, mas novamente só nisto. Somente 6% das pessoas que necessitam de medicação antiretroviral na Índia têm acesso a ela, ou seja, a Índia produz antiretroviral para exportação e não para seu próprio povo que está morrendo de Aids.
Então se é para fazer analises comparativas, vamos ser sérios na crítica e na comparação. Não dá pra sair por ai falando que estes países são exemplos a serem seguidos para alguma coisa além de ações pontuais de seus programas nacionais.
Há problemas na luta contra a Aids do Governo Lula e eles precisam ser enfrentados no segundo mandato (logística de medicamentos, de insumos de laboratório e de prevenção, custo elevado dos medicamentos, dentre outros), mas o Brasil continua anos luz na liderança da resposta a epidemia de Aids nos países em desenvolvimento. Quem diz isto não é O Governo Lula (que aliás deveria dizer alto e em bom som mas parece um pouco envergonhado....), é o Programa de Aids das Nações Unidas (Unaids) que destaca o Brasil como modelo ainda no seu relatório de dezembro de 2006.
Claro que é preciso que ninguém se omita neste momento importante da luta contra a Aids em nosso país, mas o PT como partido majoritário no Governo tem responsabilidade adicional nesta questão. Não podemos cair no canto da sereia de que nós não sabemos fazer e que o Governo do PSDB é que sabia. Devemos manter como norte o tripé que levou o Programa de Aids a ter sucesso até aqui: garantir acesso universal a tratamento e prevenção e trabalhar com o pano de fundo da luta pelos direitos humanos das populações vulneráveis. Por outro lado não podemos abrir mão do jeito petista de governar permitindo que pessoas sem compromisso político com o Governo Lula, com os princípios do PT, com o movimento popular de saúde do pais e com os ativistas da luta contra a Aids, gerenciem o Programa Nacional de Aids de forma descompromissada.
\nTecnicamente falando sou da opinião que para garantir acesso universal ao tratamento e garantir a sustentabilidade do Programa Nacional de Aids é preciso analisar com mais dedicação os custos da epidemia de Aids no Brasil hoje. No mundo em desenvolvimento um paciente de Aids custa anualmente em média 300 dólares, ou cerca de 1200 dólares se tiver necessidade de medicamentos mais sofisticados (segunda linha, ou medicamentos de resgate). No Brasil o mesmo tratamento custa mais de 2300 dólares por paciente ao ano. Para rever estes custos, o licenciamento compulsório é uma das medidas importantes, mas ao contrário do que diz a imprensa brasileira (repercutindo algumas lideranças do movimento de Aids), não é o único motivo. Reestruturar o consenso de medicamentos e baratear a produção nacional de genéricos também são ações cruciais. O Conselho Nacional de Saúde, órgão máximo do \nSUS, tem que conhecer a experiência internacional de acesso universal capitaneada pela Organização Mundial de Saúde e comandar a viabilização de longo prazo do Programa Nacional de Aids, dentro de uma perspectiva ampla de saúde dos brasileiros.\n\nOutra questão fundamental é a garantia estratégica de insumos de prevenção. E de maneira usual com toda consciência política elevada do movimento de luta contra a Aids, não há desfraldar de bandeiras por uma prevenção ampla que atinja todas as camadas da população. Isto é freqüente na história da saúde pública. Não há lobby pela prevenção. Mas nosso governo tem a responsabilidade de promover atividades de prevenção dentro do SUS e em conjunto com as ONGs, dando conseqüência ao princípio da integralidade das ações de saúde.\n\nNão há dúvida que a implantação da fábrica de preservativos do Acre e a regulamentação da Lei de Redução de Danos foram passos importantes na sustentabilidade da prevenção no país, mas é preciso ir mais longe. Não dá pra continuar tendo logística de insumos precária, deixando faltar camisinha à população, por exemplo. É preciso intensificar as ações permanentes de prevenção na população geral e não descuidar de setores relevantes como os gays, as profissionais do sexo, os usuários de drogas injetáveis, as travestis e os presidiários. Avançar no controle da transmissão vertical do HIV (de mãe para filho), como fizemos de maneira impactante na Cidade de São Paulo durante o Governo da Prefeita Marta Suplicy, deve ser um imperativo ético nacional. Não fazê-lo é como se não controlássemos a qualidade do sangue 20 anos depois de saber como fazê-lo. E acertadamente o \ngoverno Lula comemorou alguns avanços no controle da transmissão vertical do HIV no último dia primeiro de dezembro, mas ainda há muito por fazer nesta frente.\n",1]
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Tecnicamente falando sou da opinião que para garantir acesso universal ao tratamento e garantir a sustentabilidade do Programa Nacional de Aids é preciso analisar com mais dedicação os custos da epidemia de Aids no Brasil hoje. No mundo em desenvolvimento um paciente de Aids custa anualmente em média 300 dólares, ou cerca de 1200 dólares se tiver necessidade de medicamentos mais sofisticados (segunda linha, ou medicamentos de resgate). No Brasil o mesmo tratamento custa mais de 2300 dólares por paciente ao ano. Para rever estes custos, o licenciamento compulsório é uma das medidas importantes, mas ao contrário do que diz a imprensa brasileira (repercutindo algumas lideranças do movimento de Aids), não é o único motivo. Reestruturar o consenso de medicamentos e baratear a produção nacional de genéricos também são ações cruciais. O Conselho Nacional de Saúde, órgão máximo do SUS, tem que conhecer a experiência internacional de acesso universal capitaneada pela Organização Mundial de Saúde e comandar a viabilização de longo prazo do Programa Nacional de Aids, dentro de uma perspectiva ampla de saúde dos brasileiros.
Outra questão fundamental é a garantia estratégica de insumos de prevenção. E de maneira usual com toda consciência política elevada do movimento de luta contra a Aids, não há desfraldar de bandeiras por uma prevenção ampla que atinja todas as camadas da população. Isto é freqüente na história da saúde pública. Não há lobby pela prevenção. Mas nosso governo tem a responsabilidade de promover atividades de prevenção dentro do SUS e em conjunto com as ONGs, dando conseqüência ao princípio da integralidade das ações de saúde.
Não há dúvida que a implantação da fábrica de preservativos do Acre e a regulamentação da Lei de Redução de Danos foram passos importantes na sustentabilidade da prevenção no país, mas é preciso ir mais longe. Não dá pra continuar tendo logística de insumos precária, deixando faltar camisinha à população, por exemplo. É preciso intensificar as ações permanentes de prevenção na população geral e não descuidar de setores relevantes como os gays, as profissionais do sexo, os usuários de drogas injetáveis, as travestis e os presidiários. Avançar no controle da transmissão vertical do HIV (de mãe para filho), como fizemos de maneira impactante na Cidade de São Paulo durante o Governo da Prefeita Marta Suplicy, deve ser um imperativo ético nacional. Não fazê-lo é como se não controlássemos a qualidade do sangue 20 anos depois de saber como fazê-lo. E acertadamente o governo Lula comemorou alguns avanços no controle da transmissão vertical do HIV no último dia primeiro de dezembro, mas ainda há muito por fazer nesta frente.
\nNa luta por direitos humanos relacionados às populações de maior vulnerabilidade não podemos nos furtar de continuar jogando papel de destaque, e nisto nosso partido seguiu jogando papel de vanguarda até o final de nosso primeiro mandato. A Cidade de São Paulo com apoio e presença da Prefeita Marta Suplicy durante todo seu mandato, contribuiu para o aumento vertiginoso da Parada Gay que se transformou na maior do planeta. Iara Bernardes também fechou seu mandato com uma grande vitória, transformando homofobia em crime. O Movimento Brasil sem Homofobia foi honrosamente lançado pelo Presidente Lula. Foi neste governo que se disse não a USAID que impunha que o governo abandonasse as trabalhadoras do sexo a própria sorte. Também foi o Ministro Humberto Costa que regulamentou a Lei que institui redução de danos como política pública de saúde.\n\nPoucos governos promoveram tanto os direitos das mulheres, da juventude ou da população negra como nosso governo em seu primeiro mandato. Mas, ainda há muito o que fazer para aceitação da diversidade e diminuição da discriminação no nosso país. \n\nFinalmente para garantia do princípio do SUS de participação social, temos que, em nosso segundo mandato, mobilizar o Brasil para uma Conferência Nacional de Aids convocada pelo Conselho Nacional de Saúde, envolvendo amplos setores da sociedade para discutir e deliberar sobre os rumos da luta contra a Aids no Brasil e sua sustentabilidade. Podemos ai ganhar força e legitimidade para conduzir um programa amplo, democrático, reconhecido dentro e fora do Brasil e capaz de se sustentar apesar das pressões de toda natureza. Fizemos isto em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul e na Cidade de São Paulo durante os governos do PT e tivemos profundo sucesso nas iniciativas. \n\nO PT tem história, compromisso e exemplos de experiências bem sucedidas na luta contra a Aids do Brasil. Sustentar a resposta brasileira contra a epidemia de Aids é uma responsabilidade histórica com a população brasileira que quer manter esta epidemia sob controle, mas também com outros povos em desenvolvimento do planeta que precisam da liderança do Brasil. Temos certeza que no segundo mandato do presidente Lula, o Brasil fará ainda melhor neste campo. \n",1]
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Na luta por direitos humanos relacionados às populações de maior vulnerabilidade não podemos nos furtar de continuar jogando papel de destaque, e nisto nosso partido seguiu jogando papel de vanguarda até o final de nosso primeiro mandato. A Cidade de São Paulo com apoio e presença da Prefeita Marta Suplicy durante todo seu mandato, contribuiu para o aumento vertiginoso da Parada Gay que se transformou na maior do planeta. Iara Bernardes também fechou seu mandato com uma grande vitória, transformando homofobia em crime. O Movimento Brasil sem Homofobia foi honrosamente lançado pelo Presidente Lula. Foi neste governo que se disse não a USAID que impunha que o governo abandonasse as trabalhadoras do sexo a própria sorte. Também foi o Ministro Humberto Costa que regulamentou a Lei que institui redução de danos como política pública de saúde.
Poucos governos promoveram tanto os direitos das mulheres, da juventude ou da população negra como nosso governo em seu primeiro mandato. Mas, ainda há muito o que fazer para aceitação da diversidade e diminuição da discriminação no nosso país.
Finalmente para garantia do princípio do SUS de participação social, temos que, em nosso segundo mandato, mobilizar o Brasil para uma Conferência Nacional de Aids convocada pelo Conselho Nacional de Saúde, envolvendo amplos setores da sociedade para discutir e deliberar sobre os rumos da luta contra a Aids no Brasil e sua sustentabilidade. Podemos ai ganhar força e legitimidade para conduzir um programa amplo, democrático, reconhecido dentro e fora do Brasil e capaz de se sustentar apesar das pressões de toda natureza. Fizemos isto em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul e na Cidade de São Paulo durante os governos do PT e tivemos profundo sucesso nas iniciativas.
O PT tem história, compromisso e exemplos de experiências bem sucedidas na luta contra a Aids do Brasil. Sustentar a resposta brasileira contra a epidemia de Aids é uma responsabilidade histórica com a população brasileira que quer manter esta epidemia sob controle, mas também com outros povos em desenvolvimento do planeta que precisam da liderança do Brasil. Temos certeza que no segundo mandato do presidente Lula, o Brasil fará ainda melhor neste campo.
\nFábio Mesquita é médico, doutor em Saúde Pública, consultor internacional no campo de Aids e drogas, vive atualmente na Indonésia. Filiado ao PT, é colaborador da Secretaria de Relações Internacionais.\n\n\nFábio Mesquita\n\n\n\n__._,_.___ Inscreva-se no novo Windows Live Mail beta e seja um dos primeiros a testar as novidades. Saiba mais: Saiba mais! \n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n cancelar assinatura - página do grupo \n\n\n\n\n",0]
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Fábio Mesquita é médico, doutor em Saúde Pública, consultor internacional no campo de Aids e drogas, vive atualmente na Indonésia. Filiado ao PT, é colaborador da Secretaria de Relações Internacionais.
Fábio Mesquita
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